O ano é 2023 e a sociedade está mudando. Porém, estão todos prontos para essa mudança? No texto de hoje eu apresento alguns fatos, dados e claro, perspectivas pessoais sobre a Copa do Mundo e os temas assuntos apresentados. Vamos juntos?!
Copa do Mundo Feminina: O que eu tenho haver com isso?
Essa foi a primeira coisa que eu ouvi de uma pessoa querida ao comentar que ela tinha que torcer pelo Brasil no final de semana. Depois veio o “MAS NÃO ESTÁ VALENDO NADA” e a minha decepção ao perceber que no mundo que vivemos, não mesmo. A Copa do Mundo masculina vale uma taça, a feminina também, mas só uma tem valor percebido. Doido não?
Enfim, mas as coisas estão mudando e felizmente, marcas e emissoras estão começando a entender que não faz sentido darem valores diferentes aos mesmos itens, principalmente porque ao se investir no segundo, a longo prazo a tendência é ele ficar tão forte quanto o primeiro. Mas o público masculino não está feliz com isso.
Por algum motivo, divulgar um time BRASILEIRO de mulheres, para grande parte desse público masculino que está insatisfeito significada ter que compará-lo e diminuí-lo. Não basta só torcer ou criticar os erros ocorridos em si. É necessário tentar humilhar e constranger, o que entre tantas questões e pensamentos que passam na minha cabeça agora, vou apresentar uma só: isso se chama misoginia.
A partir do momento que você torce para o time que REPRESENTA seu pais – Brasil– a ir mal para dizer que está certo, ou pior: crítica até mesmo o patrocínio (que nem veio do seu bolso) recebido pelo time, apenas por diversão, é misoginia.
Misoginia: é o ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres ou meninas
E digo mais: se existe a necessidade de diminuir é porque existe medo de que a mulheres, ocupando papeis que nunca ocuparam antes, façam coisas que elas nunca fizeram antes, como por exemplo, serem livres para fazerem suas escolhas.
Mais medo, mais misoginia.
O medo é um sentimento de alerta que existe para nos proteger de situações em risco. Mas atualmente com o mundo passando por grandes mudanças, o que não são situações de risco?
Por consequência, quanto mais medo existir, mais misoginia. Nesse mesmo sentido, quanto mais medo mais preconceito, mais extremismo e critica ao que não se vive de fato, no dia a dia.
E veja bem: não é porque você não vive aquela situação que você não pode opinar. Mas existe um lugar de fala muito privilegiado que provavelmente não entende, honestamente, como ela é.
O paradoxo disso tudo é que quanto mais as pessoas sabem sobre outros assuntos, parece que mais medo elas sentem e mais elas se esquecem do lugar de falas que têm ou não sobre um assunto.
Afinal, o que é lugar de fala?
Eu só fui entender realmente o que é lugar de fala lá na pandemia, durante o movimento do Black Lives Matter e as tretas que vieram no ano seguinte no BBB.
Lugar de fala é a sua participação em uma situação para falar com propriedade sobre ela.
Ex: é muito coerente falar das condições de treino e incentivo para um atleta federal se você já foi uma atleta federal. Caso contrário, toda sua opinião se baseia em opiniões e vivências de pessoas que você conhece ou segue. E ai que entra, ou melhor, mora o perigo.
As redes sociais vieram para mudar tudo
Antigamente nossa opinião era validade – ou critica- pelas pessoais as quais convivíamos. Não tinha a remota possibilidade de se conversar, por exemplo, instantemente com alguém que mora quilômetros de distância e por acaso, pensa como você. Mas com as redes sociais, isso mudou.
Pessoas que já não fazem parte da sua rotina continuam ao seu alcance, assim como as opiniões delas. E mais do que isso: pessoas que você nunca viu estão ao seu alcance, e por vezes, disponíveis vinte quatro horas por dia. “Mas Duda, qual o problema disso?”
O problema é simples: nessa de buscar nossa tribo, estamos sutilmente, começando a esquecer como é viver com pessoas diferentes. E o problema não é buscar pessoas que não pensem como você, mas esquecer que existem outras que pensam diferente. E o pior (ou melhor) de tudo: não necessariamente elas estão erradas, é só a realidade delas.
A culpa é do Algoritmo
Se não bastasse buscarmos por pessoas parecidas, o algoritmo não ajuda. Ou seja: vendo as coisas que mais lhe roubam a atenção e posteriormente, mas lhe distraem de viver sua vida fora das redes, ele manda mais dessas coisas para você.
Exemplo: digamos que você goste de cachorro. Ao identificar esse gosto, ele vai começar a te mostrar cachorros e mais cachorros. E não que seja ruim, mas talvez os poucos, você esqueça que existem gatos. E mais do que isso: que existem pessoas que gostam deles.
A verdade é que um mundo mais inclusivo já é uma realidade muito difícil, e apesar de no começo as redes terem ajudado esses públicos e temas ganharem vida, talvez sejam elas que lhe matem mais uma vez. Afinal, o quanto sabemos sobre o que recebemos no digital?
Estou cansada, e isso é só o começo.
Sinceramente, eu não aguento mais! É tanta falta de noção, leitura e reflexão . Em resumo, esses conflitos tendem a aumentar por todas as pautas que já apresentei nesse texto. Como vamos lidar com isso como sociedade? Não tenho ideia, mas as coisas serão diferentes daqui para frente.
Mas quero estar aqui para ver.