Eu nunca tinha pensado assim! Pensado em nós como produtos. Talvez para você seja mais fácil, afinal homens em sua maioria são ensinados a verem mulheres como mercadorias… Não digo que você faça isso, você é uma daquelas exceções que adoro. De qualquer forma, não apenas nessa questão, mas em muitas outras.
Provavelmente a vida deve ter ensinado a você essa história de data de validade, e como uma pessoa que acerta nas previsões, imaginou que era hora de me ensinar . Não antes demais para deixar de ser muito claro em minha mente. E não tão próximo para eu usar isso como argumento na discussão final. As pessoas devem entender que são produtos no meio da história. Não estraga o começo e não dificulta o final.
Então, a você que lê isso agora: essa é a hora de entender como funciona os prazos de validade. De tempos em tempos, nós mudamos. Às vezes pouco, às vezes muito. O foco é a mudança. Mas além disso, os produtos que adquirimos (ou pessoas, se prefere assim) também. O encontro dessas mudanças reflete em uma única coisa: a data de validade da relação, o momento final.
Essa data é criada a partir de uma junção de fatores: desejos próprios, rotina individual, objetivos futuros e círculo social. De forma simplificada, os desejos representam o que queremos no momento. A rotina, nosso dia a dia. Os objetivos, o que trabalhamos pra alcançar. E o circulo, as pessoas que convivemos diariamente. Ao primeiro contato com nossos produtos, deixamos o desejo ter todo o peso da relação, e isso é tão bom, afinal tudo é tão simples.
Mas conforme a relação ganha tempo os outros fatores ganham força. Isso não significa o fim,só uma dificuldade inicial. Mas isso passa. E a qualidade ainda é digna de se manter. Então, todos esses fatores externos causam em nós mudanças. Mudanças que não somos capazes de evitar, pois acontecem antes mesmo de percebemos . E aqui entra o que define se você fará outra compra, ou continuará com o que escolheu: a sincronia. Quando se está sincronizado, dois produtos se entendem, e a data se prolonga.
Porém, caso o contrário, qualquer erro, é uma guerra. É uma troca de farpas desnecessárias, uma brutalidade que antes jamais existiria. E nesse momento, você entende o que são prazos. Que a data final está chegando. E hora de dizer adeus, talvez tentar uma última vez. As vezes, uma conversa sincera resolve tudo. Outras , essa conversa nem mesmo é possível: falta de palavras, discussão, falta de interesse.
Quando isso acontece, é hora de seguir em frente. Afinal (agora) você já sabia que isso ia acontecer. Você também percebe que o conflito de objetivos e as divergências têm se tornando torturantes. Mas ás vezes ainda fica porque está apegada (o) a todos os momentos bons. Mas não deixe isso consumir o que resta de você, guarde estás boas lembranças num potinho e vá às compras. Bem-vinda ao sistema capitalista!
PS: não esqueça de descartar corretamente seu produto! Não menospreze quem um dia já te fez feliz! E se o produto está realmente ruim, mande para reciclagem!
Jovem perdida 